Novo equipamento encontrado nos EUA tem apenas 0,68 mm de espessura; escondido no caixa eletrônico, ele copia dados da tarja magnética do cartão

Nos últimos anos, os golpes envolvendo Pix e roubo de celulares
dominaram o noticiário, mas isso não quer dizer que ataques a caixas eletrônicos desapareceram. Nos EUA, investigadores encontraram uma nova versão do chupa-cabra. Mais fino, ele consegue obter dados de cartões e senhas
para fraudes.
O mecanismo foi revelado pelo repórter de cibersegurança Brian Krebs
em seu site Krebs on Security. O golpe envolve um aparelho para copiar
dados da tarja magnética dos cartões e uma câmera minúscula para observar
e aprender a senha do cliente.
O equipamento para roubar os dados do cartão chama a atenção
pela espessura minúscula: apenas 0,68 mm, só um pouco mais que o cartão
em si, que costuma ter 0,52 mm.
Já a câmera é instalada em um painel falso na frente do caixa, escondida
no que parece ser um espelho para o consumidor observar se há alguém atrás dele. Minúscula, ela consegue observar o teclado numérico e guardar
o PIN de quatro dígitos do cliente.

Caixas eletrônicos modelo SelfServ 84 WalkUp, da fabricante NCR, têm sido alvos desse chupa-cabra ultrafino.
Nos EUA, a empresa vem realizando testes com um kit de detecção
inteligente. Com uma câmera USB, é possível verificar a parte interna do leitor
de cartões. Softwares de reconhecimento de imagem identificam se há algum
dispositivo fraudulento no aparelho.
A tarja magnética dos cartões é um ponto fraco,
já que os dados armazenados não contam com nenhum tipo de criptografia. A Mastercard pretende acabar com a tecnologia até 2029.
No Brasil, é bastante raro precisar da tarja — praticamente todas as maquininhas de pagamento em uso hoje aceitam chip e aproximação. Mesmo assim, são raros os cartões sem o recurso.
Nos EUA, a adoção de tecnologias como chip e contactless foi mais lenta, e a tarja magnética ainda é usada em máquinas de estabelecimentos menores.
Chupa-cabra continua fazendo vítimas no Brasil
Os golpes envolvendo Pix, invasões de contas e empréstimos fraudulentos viraram o principal assunto de segurança bancária. Mesmo assim, estelionatários continuam usando caixas eletrônicos para obter dados de cartões.
Em agosto, a Polícia Federal emitiu um alerta sobre o tema, após prender preventivamente em Fortaleza (CE) dois suspeitos de envolvimento em ações desse tipo. Vítimas foram furtadas em vários municípios de Pernambuco e também no Rio Grande do Norte, Tocantins e Ceará.
Por aqui, o golpe não é tão sofisticado quanto o chupa-cabra ultrafino dos EUA: criminosos instalam uma frente falsa no caixa eletrônico, que conta até com um notebook para simular o sistema do banco e enviar dados pela internet.
A Polícia Federal recomenda tentar puxar a frente do caixa eletrônico pelas laterais para verificar se não há nada de errado com o equipamento. Colocar a mão sobre o teclado ao digitar a senha também é uma forma de evitar que câmeras obtenham a sequência numérica.
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