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sábado, 28 de novembro de 2020

Sarcófago: Wagner fala da banda, radicalismo, Ghost e muito mais

 A edição de nro. 172 da revista Roadie Crew, de maio de 2013, trouxe em destaque as bandas de Metal brasileiro, teve entrevistas com membros do ANGRA, KORZUS e DORSAL ATLÂNTICA, além de Wagner "Antichrist" Lamounier, um dos fundadores do lendário SARCÓFAGO, que atualmente trabalha como economista, que falou sobre a banda e diversos outros assuntos; leia abaixo alguns trechos.


Sobre ser uma "lenda cult": "Lenda 'cult!?' (risos) Não, nada de lenda nem de 'cult'. Sou um cara normal. Além disso, eu não acho que essa ideia de idolatria com músicos, jogadores de futebol, atores etc. seja muito benéfica para alguém, principalmente em um país como o nosso, onde quem deveria de fato ser idolatrado é quem trabalha, por exemplo, no corpo de bombeiros ou em um hospital salvando vidas por um salário mísero. Um policial que enfrenta balas de marginais e, às vezes, é punido por mandar alguns deles pro inferno (fazendo o seu trabalho corretamente a meu ver) é quem deveria ser valorizado! Quem é artista tem o seu valor, é claro, mas essa ideia de 'cultuar' a figura e valorizar demais esse tipo de comportamento é mais recorrente. Dá-se muito valor a tipos como BBBs, modelos, políticos, artistas de Funk, música sertaneja, Rock etc... e pouco valor a quem realmente trabalha duro, estuda e consegue as coisas com muito suor e sacrifício"(...)


Sobre falar sobre o passado com o Sarcófago: "Nunca falei que não gostaria de falar sobre o passado com a banda. Quem me conhece pessoalmente sabe que sou acessível e sem frescuras.(...) Ocorre que não ligo muito para a mídia ou para tentar agradar qualquer tipo de órgão de imprensa, pois sei que a maioria está nisso pela grana e não dá a mínima para qualquer outra coisa que não seja divulgar bandas cujas gravadoras pagam para que sejam divulgadas. Não estou dizendo que seja o caso dessa revista, pois, pelo que eu bem sei, a Cogumelo não está pagando para tal. Também não estou falando que é certo ou errado, pois todos têm que pagar suas contas. Só estou dizendo que não tenho o mínimo interesse em aparecer em qualquer dessas revistas ou 'sites de fofoca do Metal' que têm por aí"(...).

Sobre o Tributo ao Sarcófago para o Warfare Noise Festival: "Quem lhe disse que eu dei o aval para aquilo? Uma coisa é fazer um show para comemoração de vinte anos de uma coletânea histórica, a meu ver, como a 'Warfare Noise I'. Outra é aprovar que pessoas que não fundaram a banda ou, pior, que nunca participaram de nenhum dos discos da banda usassem o nome do Sarcófago para fazer shows por aí como se fossem a banda e levantar uns trocados com isso"(...)

Comercialismo no Metal: (...)"atualmente tem uma banda sueca em que um carinha se diz ser o 'Papa do Mal' (ele se refere ao vocalista do Ghost, que se intitula 'Papa Emeritus II') e que tem umas letras falando de ocultismo e coisas do tipo que está fazendo muito sucesso. Mas se você parar para ouvir bem vai ver que o som é totalmente Pop e comercial. Se você substituir as letras e as imagens 'satânicas' por letras que falam de flores e do sol e botar nelas um visual 'clean', vai ver que não sobra muito Metal ali. Muitas bandas fazem essas coisas querendo vender discos à qualquer custo!(...) Isso faz parte do jogo! No disco 'Crust' nós já havíamos falado sobre esse tipo de comercialismo no Metal(...)

O radicalismo no Metal: (...)"acho que radicalismo é uma merda sempre que implica em querer impor aos outros, à força ou por meio de qualquer tipo de retaliação, sua própria visão e/ou opinião sobre algo. Isso se aplica à música, política, religião etc. Sou libertário - conheçam e assinem a petição para o partido LIBER ser criado! - e acredito no valor da liberdade de cada indivíduo escolher para si o que melhor lhe convier"(...)

A controvérsia e polêmica que sempre envolve bandas como SARCÓFAGO, SEPULTURA, ANGRA e DORSAL ATLÂNTICA: (...)"acho que as pessoas, principalmente no Brasil, andam muito desocupadas e/ou desperdiçando muito seu tempo com banalidades e besteiras. Conselho é algo que se valesse muito as pessoas vendiam e não davam. Todavia, se tem algo que eu gostaria de aconselhar às pessoas que estão lendo essa revista é que busquem se preocupar mais em se desenvolver intelectualmente como pessoas e cidadãos. Leiam livros técnicos, não abandonem a escola, estudem muito e busquem ter uma formação cultural e profissional sólida! Música, futebol e outras banalidades do tipo são importantes como lazer e para desopilar a mente. Sugiro que não levem nada disso muito a sério pensando que se pararem de estudar pra montar uma banda ou pra jogar bola, ou, no caso das mulheres, se tornar uma 'modelo, atriz e manequim' vão ter grandes chances de sucesso na vida. Se fizerem isso, a probabilidade de estarem jogando o tempo e o futuro na lata de lixo é grande".

A longa e exclusiva entrevista completa pode ser vista na Roadie Crew nro. 172.

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